sábado, 2 de novembro de 2013

NEMATOIDES ENTOMOPATOGÊNICOS PARA O CONTROLE DE Helicoverpa armigera


Nematoides estão atacando Helicoverpa armigera
Os nematoides entomopatogênicos (vermes que parasitam insetos) estão atacando a Helicoverpa armigera durante a fase de vida no solo da lagarta. É o que constatou estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que acompanha a evolução da praga na cultura da soja.
 
“A presença desses inimigos naturais, tanto nematoides como parasitoides, é muito importante para o equilíbrio da lavoura, à medida que a safra vai se desenvolvendo, pois com um manejo adequado, a tendência é das populações de inimigos naturais crescerem. É por isso que estamos reforçando a orientação para que o produtor monitore suas lavouras, tenha critérios para a decisão de controle e não aplique inseticidas indiscriminadamente sejam eles biológicos ou químicos”, explica a pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann-Campo, da Embrapa Soja.
 
Em regiões como Mauá da Serra (PR), cerca de 30% das Helicoverpas armigeras coletadas estavam infectadas por nematoides. No município de Roncandor, região central do Paraná, a proporção de lagartas infectadas pode ser ainda maior. Isso nos alerta para a importância de um bom manejo na fase inicial da cultura da soja, para que esses inimigos naturais sejam preservados e mantidos vivos no campo. 
 
Adaptado de Leonardo Gottems.
www.agrolink.com.br

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

USO DE CONDICIONADORES DE SOLO COMPOSTO POR Trichoderma asperellum NA PRODUÇÃO DA ALFACE.


O emprego de condicionadores é uma alternativa interessante na recuperação de solos desgastados, pelo uso intensivo e inadequado. Beauclair et al (2007), consideram que, condicionadores de solo, são produtos que concentram grandes quantidades de matéria orgânica, derivados muita vezes de turfas e ricos em ácidos húmicos, muitas vezes, associados a fontes de macronutrientes e micronutrientes, capazes de devolver aos solos a fertilidade e equilíbrio físico químico e biológico, destruídos por práticas agrícolas equivocadas. Por outro lado, Chen; Aviad (1990) e Piccolo et al, (1993) relatam que ácidos húmicos e fúlvicos resultantes da decomposição destes produtos orgânicos, melhoram a germinação de sementes, o enraizamento, o desenvolvimento e a produção vegetal.
O Trichoderma é um fungo habitante natural do solo. Ele tem a capacidade de se alimentar ou produzir substâncias que inibem o crescimento de diversos patógenos habitantes do solo, como Fusarium, Rhizoctonia e Sclerotinia. Atual também na decomposição e mineralização dos resíduos vegetais, contribuindo com a disponibilização de nutrientes para as plantas (torna os nutrientes mais solúveis) permitindo maior e mais rápida absorção resultando, geralmente, em aumento da área radicular da planta, acompanhado do aumento da massa verde em culturas que são tratadas com Trichoderma spp.
Neste trabalho, foi utilizada a cultura da alface, planta está que é cultivada em todas as regiões brasileiras, é a principal salada consumida in natura pelos brasileiros. O cultivo no Brasil é caracterizado pela produção intensiva, pelo cultivo em pequenas áreas e por produtores familiares, gerando cerca de cinco empregos diretos por hectare (COSTA; SALA, 2005). Haja vista sua importância na dieta do brasileiro é salutar que a alface seja produzida com o mínimo de agrotóxico possível. Para tal, a CALZAVARA CONSULTORIA EM AGRONEGÓCIOS em parceria com o LABORATÓRIO FARROUPILHA – Soluções Biológicas, sediado em Patos de Minas realizaram este experimento com o Produtor ORGANIC® que é composto por esporos de Trichoderma asperellum, na concentração de 1x104 ufc/g (10.000 mil esporos por grama), com o objetivo de avaliar a influência deste condicionador de solo no rendimento da cultura.

MATERIAL E METODOS

O Produto ORGANIC® foi aplicado nas dosagens de: Zero (testemunha), 50, 100; 150 e 200 kg/ha. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com 5 repetições. A alface utilizada foi do grupo crespa e as variáveis analisadas foram: Massa fresca das folhas e das raízes (peso), o número de folhas maiores e menores que 10 cm e número de folhas por planta. 
As mudas de alface foram produzidas em bandejas. O transplantio foi realizado no dia 12/07/2013 em canteiros previamente tratados com as dosagens determinadas anteriormente, sendo, o produto incorporado ao solo após a confecção dos canteiros. Cada parcela foi constituída de 2,0 m de comprimento por 1,0 m de largura e receberam além do Organic®, 10 kg/m2 de esterco de curral previamente curtido. As mudas foram transplantadas nas parcelas quando apresentavam 3 folhas abertas. O espaçamento entre plantas foi o de 25 x 25 cm.
A colheita foi realizada no dia sete de setembro de 2013, sendo analisadas (Colhidas) 10 plantas centrais de cada parcela, deixando as demais como bordadura. As plantas foram irrigadas por aspersão, não foram realizadas aplicações de inseticidas e/ou fungicidas. 15 dias após o transplante das mudas realizou-se a aplicação de 90 g de Ureia/parcela em cobertura. As capinas foram realizadas manualmente. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey com probabilidade de 5% de erro. 

 Resultados e Discussão

            Os dados foram submetidos a análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de TuKey (p<0,01). As médias e os coeficientes de estão apresentados na Tabela 2. Nesta observa-se que para a variável número de folhas maiores que 10 cm, ocorreram diferenças significativas entre o tratamento testemunha e os demais tratamentos. Observa-se ainda que mesmo não diferindo estatisticamente, os tratamentos com 50 e 100 Kg/ha foram os que obtiveram as maiores valores médios.
            A analise para a variável, número de folhas menores que 10 cm, não detectou diferenças significativas entre os tratamentos, evidenciando que esta variável não tem efeito sobre o número de folhas totais por planta. Quando analisado o número de folhas por planta, observou-se efeito significativo entre a testemunha e os tratamentos com Organic®, conforme apresentado na Tabela 2. Confirmando estes resultados, como era de se esperar a analise da variável peso da parte aérea (g), também apresentou efeito significativo entre o tratamento testemunha e as demais dosagens do produto.

Tabela 2. Resultados dos testes de médias para as variáveis, número de folhas maiores que 10 cm (NF>10), número de folhas menores que 10 cm (NF<10), número de folhas por planta (NFP) e o peso da parte aérea (PPA) das plantas de alface submetidas a doses crescentes do produto Orcganic®.
Tratamentos
Kg/ha
NF>10
NF<10
NFP
PPA (g)
0
19,2   b
4,3 a
23,3   b
287,3   b
50
21,7 a
4,4 a
26,1 a
345,1 a
100
21,5 a
4,3 a
25,8 a
350,0 a
150
20,9 a
4,3 a
25,1 a
351,4 a
200
20,7 a
4,4 a
25,5 a
361,1 a
CV%
9,75
20,98
8,37
12,95
D.M.S.
1,25
0,56
1,29
27,05

Traduzindo estes resultados em valores absolutos, quando comparados o melhor e o pior resultado (testemunha) de cada tratamento, encontramos diferenças da ordem de 2,47 folhas maiores que 10 cm (NF>10) produzidas a mais que a testemunha; 2,8 folhas por planta (NFP) e 73,8 g a mais, para o peso da parte aérea (PPA), quando comparada com a testemunha. Considerando os espaçamentos de plantio utilizados neste experimento (25 cm x 25 cm) temos uma densidade de 16 plantas por m2. Se multiplicarmos as diferenças detectadas acima, pelo número de plantas contidas em 1 m2 (16 plantas) temos a produção ou rendimento a mais por m2 de horta/canteiro. Ou seja: 16 plantas m2 x 2,47 = 39,52 NF>10/m2 de horta/canteiro. Aplicando o mesmo raciocínio temos 44,8 folhas a mais por m2 e 1,18 kg de PPA a mais por m2.
Na Tabela 3, estão apresentados os dados para as variáveis, comprimento e peso do sistema radicular das plantas de alface. Nesta observa-se que para a variável, comprimento do sistema radicular o melhor resultado foi obtido quando aplicado 200 kg/ha do produto Organic®. Já para a variável peso do sistema radicular, a testemunha não diferiu do tratamento com 100 kg/ha, mas diferiu dos demais. Não se tem uma explicação lógica e convincente para o resultado do tratamento com 100 kg/ha, não diferir do tratamento testemunha, pois aparentemente, as raízes não apresentavam sintomas do ataque de doenças ou pragas.

Tabela 3. Resultados dos testes de médias para as variáveis, comprimento do sistema radicular (CR) e peso das raízes (PR) das plantas de alface submetidas a doses crescentes do produto Orcganic®.
Tratamentos
CR (cm)
PR (g)
0
15,27    b
18,45    c
50
15,90  ab
22,10 ab
100
16,42  ab
20,50   bc
150
15,75  ab
23,10 ab
200
17,30  a
23,70 a
CV%
15,95
20,47
D.M.S.
1,58
2,72

            A seguir são apresentadas as representações gráficas das variáveis analisadas, já discutidas anteriormente.

 

Agradecimentos aos alunos:

Igor de Souza Pasin
Leonardo Fernandes
João Vitor
Gilmar Pagliaro

REFERÊNCIAS

BEAUCLAIR, E. G. F.; OTAVIANO, J. A.; MALFATO, C.A.. Condicionador orgânico de solo no incremento da produtividade da cana. Idea News, Ribeirão Preto, SP, 2007, 30 p.
CHEN, Y.; AVIAD, T. Effects of humic substances on plant growth. In MacCARTH, Y, ed. Humic substances in soil and crop science: selected readings. Madison, SSSA, 1990, p 161-200.

COSTA, C. P. da; SALA, F. C. A evolução da alfacicultura brasileira. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 23, n. 1, jan./mar., 2005. Artigo de capa.

PICOLLO, A.; CELANO, G.; PIETRANELLA, G. Effects of fractions of coal derived humic substances on seed germination and growth of seedlings L. sativa and L. sculentum. Biol and Fert. of soils, N.Y, v 6, 11-15, 1993.

domingo, 28 de julho de 2013

SOJA INTACTA RR2 PRO, COM SUPRESSÃO À HELICOVERPA

A Monsanto começou a comercialização da soja INTACTA RR2 PRO. A tecnologia promete maior produtividade, tolerância ao herbicida glifosato e controle das principais lagartas. De acordo com a empresa, a INTACTA RR2 PRO é resistente à lagarta da soja, à lagarta falsa medideira e à broca das axilas. Afirma ainda que a tecnologia fornece supressão às lagartas do tipo elasmo e do gênero Helicoverpa  (Helicoverpa zea e Helicoverpa armigera). O custo inicial será de R$ 115 por hectare, que poderá ser pago juntamente com a semente.
Segundo William Gimenes / CDI Public Relations, o termo técnico-científico “supressão” neste caso, é utilizado porque, durante os testes realizados em laboratórios, casas de vegetação e campos demonstrativos na safra 2012/13 em várias regiões do Brasil, os pesquisadores da Monsanto observaram que 95% das lagartas do gênero Helicoverpa não se proliferam. Para ser controle, essa porcentagem teria que ser de 100%.

Imagens

quarta-feira, 17 de julho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

SOJA INTACTA

O plantio de soja avançou pela região da fronteira agrícola brasileira. Trouxe uma expansão na exploração territorial e econômica que possibilitou expressiva melhoria socioeconômica em regiões historicamente com baixos níveis de renda. O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH das cidades que produzem soja encontram-se entre os mais altos do país, destacando a importância da cultura no desenvolvimento social.
O uso de tecnologias no cultivo da soja permite a realização do plantio em regiões de Cerrado, que são solos naturalmente de baixa fertilidade e, o encurtamento do ciclo de produção possibilitou a expansão da segunda safra de milho e do algodão no Brasil. O ano de 2012 marcará a historia agrícola brasileira por ter sido o primeiro ano no qual a segunda safra de milho superou a primeira. A tecnologia viabilizou a economia de recursos naturais ao permitir duas safras em um único ano.

Na verdade, em algumas regiões, junto com o plantio da segunda safra de milho faz-se o plantio de capim, que permite pastoreio do gado após a colheita do milho. Esse “novo sistema” de produção permite fazer três usos alternativos e consecutivos da mesma área: soja na primeira safra, milho na segunda e capim para produção animal.
O uso da biotecnologia nas lavouras da soja ganharam espaço nos últimos anos. Pesquisas indicam que 88% da área plantada com soja faz uso de material geneticamente modificado e resistente ao glifosato. Agora surge uma tecnologia que associa a tolerância ao glifosato com a resistência a lagartas, que é a Soja Intacta. Acessem o endereço eletrônico abaixo e obtenham maiores informações sobre esta tecnologia.

http://monsanto.com.br/sala_imprensa/estudos/pdf/estudo-soja-intacta-mbagro.pdf

Imagens disponíveis em:
sojaambiental.blogspot.com
www.diarioliberdade.org

sexta-feira, 10 de maio de 2013

NEMATOIDES EM SOJA


Segundo o Diário de Cuiabá, MT, os custos médios atuais para se planta um hectare de soja está estimado em R$ 2.291, este valor equivale na região, a um valor também estimado de 51 sacas por hectare. Valor este, acima da média estadual da ultima safra que foi de 49,8 sc/ha. Considerando apenas o desembolso com insumos (sementes, fertilizantes e defensivos) a conta vem pesando nas últimas safras aos mato-grossenses. Em 2009/10 era R$ 991, passando a R$ 768 em 2010/11, a R$ 812 em 2011/12, a R$ 968 em 2012/13 e estimada em R$ 1.169 para 2013/14, o maior valor já visto no Estado.

Além das estimativas de aumento dos custos de produção, os sojicultores devem ficar atentos aos danos causados por nematoides. Os mais importantes para a cultura da soja no Brasil são: Meloidogyne javanica, M. incógnita. Heterodera glycines, Pratylenchus brachyurus e Rotylenchus reniformis. Nos últimos anos vem se destacando os danos causados por Pratylenchus brachyurus, visto que, o plantio de cultivares de soja suscetíveis, a semeadura de milho após soja (ou outra cultura hospedeira), a incorporação de áreas com solos de textura um pouco mais arenosa no sistema de plantio da soja são fatores que favorecem a explosão populacional deste nematoide.
Os sintomas das lavouras infestadas por P. brachyurus são reboleiras de plantas com porte reduzido, lesões ou morte da raiz principal desencadeando um enraizamento secundário na região do colo da planta que geralmente apresentam áreas necrosadas e escurecidas.

 
Manejo dos nematoides

Rotação com Crotalária spectabilis, Crotalária achroleuca, uso do milheto como o ADR 300 vem contribuindo para a redução populacional dos nematoides. Eliminação de plantas de soja tigüera (voluntárias) e plantas daninhas hospedeiras, uso de sementes tratadas, uso de cultivares mais resistentes como, por exemplo, a BRSGO Chapadões. M-Soy 8378RR, BRS Aurora, CD 219RR, TMG103RR entre outras. Para maiores detalhes, consulte sempre um consultor engenheiro agrônomo.



REFERENCIAS
www.canalrural.ruralbr.com.br
www.embrapa.br

quinta-feira, 25 de abril de 2013

NEMATOIDES EM CANA-DE-AÇÚCAR

A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil por Martim Afonso de Souza no ano de 1522, que trouxe as primeiras mudas provenientes da ilha da Madeira. Já com as primeiras culturas instaladas, no ano de 1533 instalou-se o primeiro engenho para a produção de açúcar, em São Vicente (ponto estratégico para exportação de açúcar para Europa). O Brasil foi escolhido para a exploração desta cultura pela necessidade do império Português de colonizar e explorar economicamente o território brasileiro; existência, no Brasil, de solo e clima com características desejáveis para a exploração da cultura; e porque, o açúcar era um produto muito bem cotado no comércio Europeu e transformou-se no alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil.

Assim como as demais culturas, a cana-de-açúcar é dependente de fatores bióticos e abióticos para o seu pleno desenvolvimento. Entre os fatores bióticos, destaca-se a infestação das lavouras por nematoides, que, dependendo do nível populacional reduzem a produtividade e aumentam os custos de produção. As espécies de Pratylenchus zeae, Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita são as que causam os maiores prejuízos na cultura da cana-de-açúcar no Brasil.  As perdas na produção segundo Dinardo-Miranda (2010), são da ordem de 20% para M. javanica e de 30% para as espécies de P. zeae, enquanto as perdas causadas por M. incognita podem chegar a 40 a 50% da produtividade.

Controle dos nematoides na cultura da cana-de-açúcar

Uma das estratégias de controle é o uso de variedades resistentes, no entanto, não existe variedades resistentes a todos os nematoides-chave da cultura (Pratylenchus zeae, Meloidogyne javanica e Meloidogyne incógnita). Prova disto, foi o trabalho realizado por Barbosa (2008) que constatou que a variedade SP891115 é resistente à M. incógnita e não á M. javanica.  Atualmente o manejo de áreas infestadas, tem se baseado no uso de nematicidas químicos. Um dos produtos utilizado e registrado para uso comercial em cana-de-açúcar é o carbofuran (Furadan 50G ou 100G ou 350SC), aplicado no sulco de plantio, sobre os toletes, antes da cobertura com solo. Em culturas já instaladas a aplicação pode ser realizada nas soqueiras, ao lado da linha de plantio.

Para maiores informações:
BARBOSA, B. F. F. Estudo das inter-relações patógeno-hospedeiro de Meloidogyne incognita, M. javanica e Pratylenchus brachyurus em cana-de-açúcar. 2008. 50 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia – Entomologia Agrícola) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2008
DINARDO MIRANDA, L. L. Nematoides e pragas de solo em cana-de-açúcar. In: Encarte Informações Agronômicas. Ribeirão Preto, 2005. Disponível em:<www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/B1FA4483182088. Acesso em 15/03/2013.
Figuras disponíveis em: www.fmcagricola.com.br e www.agrofit.com.br

terça-feira, 16 de abril de 2013

DANOS NA BATATA INGLESA



A batata inglesa, não é uma raiz tuberosa como muitos pensam, mas sim um caule subterrâneo especializado no armazenamento de nutrientes (substâncias amiláceas), ou também conhecido simplesmente como tubérculo. Raízes tuberosas, como por exemplo a cenoura e a mandioca, não apresentam gemas, são estruturas lisas, e não são utilizadas na propagação. A propagação das cenouras é realizada via sementes (sexuada), a da mandioca é realizada via assexuada, onde se utiliza o caule (maniva).  No caso da batata, assim como a mandioca, se utiliza o caule para a propagação. A diferença é que um caule é subterrâneo (batata) e outro é aéreo (mandioca).

Sendo o tubérculo a parte a ser comercializada pelos produtores, estes devem ser atrativos, sem sintomas de ataques de pragas e doenças. Os nematoides do gênero Meloidogyne causam galhas nas superfícies dos tubérculos, popularmente chamadas de “pipocas” depreciando-o. Dentre as espécies de Meloidogyne que atacam a cultura da batata, M. javanica é considerada a de maior importância, seguida de M. incognita, M. hapla e M. arenaria, no entanto, M. javanica é a espécie que tem causado os maiores danos à cultura.

Meloidogyne javanica completa o seu ciclo de vida em 40 dias com produção média de 600 ovos por fêmea. Considerando o ciclo da cultura de 90 a 120 dias este nematoide pode passar por 2 a 3 ciclos de vida fazendo com que a população, e os danos se multipliquem rapidamente. No Brasil, Pratylenchus brachyurus, P. coffeae e P. penetrans, também podem ocorre nas lavouras. Destas a predominância e de P. brachyurus.

As práticas de manejo são: rotação de cultura com plantas não hospedeiras, com a finalidade de reduzir ao nível populacional; uso de matéria orgânica para melhorar as propriedades físicas e químicas do solo, fazendo com que as plantas cresçam bem nutridas e mais tolerantes aos danos, alem de contribuir com o aumento populacional de fungos que podem ser inimigos naturais dos nematoides. Quanto a resistência genética, não há cultivares altamente resistentes a Meloidogyne ou Pratylenchus. O controle químico é recomendado e deve ser utilizado de forma integrada com outros métodos de controle. A melhor forma de manejar os nematoides e evitar sua entrada na lavoura, para isso o produtor dever usar batata semente certificada, de procedência idônea, usar água de irrigação de fonte conhecida e livre do patógeno, lavar os implementos agrícolas antes e após sua utilização para a retirada de torrões.

Material de referencia em:

http://www.nematoides.com.br

segunda-feira, 8 de abril de 2013

NEMATOIDES EM CENOURA


Os nematoides formadores de galhas como são conhecidos os Meloidogyne spp. são causadores de perdas significativas na produção comercial de cenouras. As galhas que se formam nas raízes são o resultado de alterações fisiológicas e morfológicas da infecção e inicio do processo alimentar do nematoide. Alem da redução na produtividade, a infecção com a conseguente formação das galhas, depreciam e afetam negativamente a aceitação comercial do produto no mercado.
Em cenouras, os sintomas característicos são a bifurcação, e formação de galhas em raízes laterais. Na parte aérea, as plantas severamente infectadas apresentam sintomas de deficiência nutricional e podem murchar nas horas mais quentes do dia, uma vez que as raízes com galhas apresentam limitada capacidade de absorção e transporte de água e nutrientes.
O uso de métodos culturais (ex. rotação de cultura com plantas não hospedeiras, uso de plantas antagonistas) no manejo dos nematóides pode reduzir os danos. Todavia, os nematóides de galhas possuem grande gama de hospedeiros o que dificulta a adoção deste método de controle e requer acompanhamento de um profissional Eng. Agrônomo que lhe orientará no planejamento das ações.
O controle químico, também, não dispensa a orientação de um profissional. Existem poucos nematicidas disponíveis no mercado. Na cultura da cenoura uma opção é o uso de nematicidas fumigantes aplicados no solo como tratamento em pré-plantio.

Para o controle biológico, os agentes mais utilizados são fungos (Arthrobotrys spp. e Monacrosporium spp. Pochonia chlamydosporia e Paecilomyces lilacinus) e bactérias Pasteuria penetrans e espécies de Bacillus.

Maiores informações podem ser obtidas com a leitura do artigo escrito por Mitkowski, N.A. and G.S. Abawi. 2003. Nematoide das galhas. (Portuguese translation by E.A, Lopes, R. Dallemole-Giaretta, and B.S.Vieira, 2011. The Plant Health Instructor. DOI:10.1094/PHI-I-2011-03-29-01 Revised 2011.

terça-feira, 19 de março de 2013

NEMATOIDES NOS CAFEZAIS


Os relatos de danos causados por nematoides de galha (Meloidogyne spp.) em cafeeiro, datam do Brasil província. Na época, a província do Rio de Janeiro era a maior produtora de café do Brasil. A economia estava fortemente baseada nesta cultura e qualquer prejuízo nesta atividade se refletiria em toda a nação. Mesmo assim, as áreas infestadas por nematoides de galhas, talvez por falta de conhecimento à época, expandiram de forma catastrófica destruindo os cafezais da província. A solução encontrada, na época, foi à substituição dos cafezais pela cultura da cana-de-açúcar.

Mediante este quadro de devastação dos cafezais cariocas pelos nematoides, no inicio do século, a cafeicultura migrou para outros estados. O estado de São Paulo foi um dos principais recrutadores de novos investimentos na cafeicultura. Na década de 50 o Estado do Paraná, também entrou neste mercado, e no período entre 1965 á 1975 o Paraná produziu 9,3 milhões de sacas anuais, contra 7,1 milhões produzidas por São Paulo. Mas, justamente com a cultura do café, os nematoides também migravam, e no final da década de 70 e inicio dos anos 80, as perdas causadas por nematoides no estado do Paraná, já eram pesadas, principalmente por Meloidogyne exigua, M. incognita e M. coffeicolaAlém das perdas por nematoides, as freqüentes geadas e períodos de preços baixos do café, contribuíram de forma decisiva para uma nova migração da cultura, desta vez, o estado premiado foi Minas Gerais. A partir da metade da década de 80, a cafeicultura Mineira começou a arrancada rumo à liderança na produção nacional.

No Brasil, M. arenaria, M. coffeicola, M. exigua, M. hapla, M. incognita, M. javanicaM. paranaensis. e M. goeldii são potencias parasitos do cafeeiro, mas nada comparado com os danos provocados por M. incognita, M. paranaensis e M. coffeicola.

Estratégias de Controle

Dentre as estratégias destacam-se o uso de variedades resistentes, controle químico e biológico, rotação de cultura com plantas não hospedeiras, eliminação das plantas atacadas, limpeza de máquinas e implementos, manejo das enxurradas e sanidade das mudas. Lembrando que, para se obter maior sucesso no manejo desta praga e fundamental a identificação das espécies presentes na área. Para a correta identificação dos nematoides do cafeeiro, o produtor deve consultar um Engenheiro Agrônomo, que lhe orientará sobre a coleta e envio de amostras de raízes para um laboratório de analise nematológica, e em seguida traçar as estratégias de controle.

sexta-feira, 15 de março de 2013

GREENING NA CITRICULTURA



O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de laranjas. A principal área produtora é o Estado de São Paulo, produzindo aproximadamente 78% do total, e supera a produção da Flórida em quantidade de frutas e de SCC (Suco Concentrado Congelado). O Brasil é responsável por 50% da produção mundial de suco de laranja e exporta 98% do que produz. Os principais destinos do suco brasileiro são: a Ásia, a União Européia e os Estados Unidos.


Esta hegemonia brasileira na produção de laranja vem sendo ameaçada pela ocorrência de uma das mais graves doenças chamada Huanglongbing (HLB), também conhecida como greening. Trata-se da mais devastadora das doenças cítricas conhecidas desde 1919, quando foi diagnosticada na China. O HBL causa hoje muito mais preocupações e prejuízos aos citricultores que qualquer outra doença, pelo potencial de progressão e por afetar indistintamente todas as variedades comerciais.



O HLB tem a presença e danos confirmados nas maiores regiões produtoras de citros do Brasil, com destaque para o Estados de São Paulo, onde a doença foi identificada em 2004. Em São Paulo, esta doença já foi confirmada oficialmente em mais 253 municípios. Existem relatos, também, nos Estados de Minas Gerais e Paraná.


A doença HLB é responsável pelo declínio e morte da planta. Em plantas jovens, quando contaminadas não chegam sequer a iniciar a produção. Não existe, até o momento, variedade comercial de copa ou de porta-enxerto de citros imune à doença.


O agente causador da doença é a bactéria  Candidatus Liberibacter spp. que se estabelece no floema da planta causando sua obstrução,  dificultando a translocação de seiva na planta. Três espécies de bactérias, conhecidas como: Candidatus Liberibacter asiaticus, Candidatus Liberibacter africanus e Candidatus Liberibacter americanus, têm sido associadas ao HLB nas principais regiões produtoras de citros no mundo. No Brasil, a doença esta sendo associada ás bactérias Candidatus Liberibacter americanus e Candidatus Liberibacter asiaticus.


No Brasil o principal inseto vetor da doença é a Diaphorina citri, que esta presente em todas as regiões citrícolas do país. Este inseto se hospeda em todas as variedades cítricas e também na planta ornamental conhecida como falsa murta (Murraya paniculata). Várias rutáceas usadas como ornamentais também podem ser hospedeiras. As medidas de controle do HLB são plantio de mudas sadias, inspeção e eliminação frequente de plantas sintomáticas e controle do vetor.

terça-feira, 12 de março de 2013

RECOMENDAÇÕES PARA AMOSTRAGEM DE SOLO E RAÍZES PARA ANÁLISE NEMATOLÓGICA

Para se confiar nos resultados, a amostra deve ser representativa da área. Caso contrario, os resultados laboratoriais da estimativa populacional dos nematoides, não representaram a real condição do campo. Na amostragem, vários cuidados devem ser tomados com relação ao tamanho e número das subamostras, época de coleta, profundidade e qualidade  da amostragem.

RECOMENDAÇÕES GERAIS

As amostras de solo devem ser coletadas da rizosfera das plantas com sintomas. Na amostragem de raízes, coletar preferencialmente as radicelas que apresentem injúrias ou galhas, evitar raízes grossas. Mesmo quando o objetivo da amostragem for quantificar e identificar os nematoides somente das raízes, se recomenda coletar uma pequena porção de solo para evitar o ressecamento das mesmas.
Quando se suspeitar da ocorrência de nematoides da parte área como no caso de Aphelenchoides spp. em morango e Ditylenchus dipsaci em alho, além das raízes, solo e bulbos, a parte aérea (haste, folha, flores, gemas), também devem ser coletadas e acondicionadas separadamente de raízes e solo e enviadas ao laboratório.

FERRAMENTAS E PROCEDIMENTO DE COLETA
  •  As ferramentas necessárias são: enxadão, enxada, trado, saquinhos plástico, balde, etiquetas, caneta e ficha de identificação a campo.
  • Deve-se coltar amostras de SOLO e de RAÍZES. 
  • As amostras de solo devem estar com umidade natural, evitando-se ao máximo, condições de encharcamento ou excessivo ressecamento. 
  • As amostras de solo e de raízes devem ser tomadas de 0 a 30 cm de profundidade, abrindo-se o solo em forma de um V. Tomar amostras junto a plantas que mostrem sintomas moderados de nematoses, evitando-se aquelas fortemente depauperadas. 
  • Durante a amostragem, deve-se caminhar em zigue-zague (se houver reboleiras, amostrar  preferencialmente a região periférica).
  • Deve-se coletar preferencialmente as raízes mais finas. 
  • As subamostras de solo e raízes coletadas nos baldes devem ser misturadas, tomando-se uma amostra composta com no mínimo, 500 gramas de solo  e em torno de 50 gramas de raízes.
  • As amostras de solo + raízes deverão ser acondicionadas em saco plástico, devidamente identificadas e enviadas ao laboratório o quanto antes. NÃO deixá-las expostas ao sol.
  • Lavar as ferramentas após cada coleta para evitar contaminação das amostras.
  • Se precisar, as amostras podem ser armazenadas na parte inferir da geladeira e depois enviadas ao laboratório.
 
QUANTAS DE AMOSTRAS QUE DEVO COLETAR?
 
Para as culturas anuais ou perenes, coletar, aproximadamente, dez (10) subamostras por ha, misturá-las em um recipiente e destas fazer uma (1) amostra composta por ha. Em grandes áreas, recomenda-se a dividivisão em talhões de 10 ha, e coletar preferencialmente na periferia das reboleiras.