A cana-de-açúcar
foi introduzida no Brasil por Martim Afonso de Souza no ano de 1522, que trouxe
as primeiras mudas provenientes da ilha da Madeira. Já com as primeiras
culturas instaladas, no ano de 1533 instalou-se o primeiro engenho para a
produção de açúcar, em São Vicente (ponto estratégico para exportação de açúcar
para Europa). O Brasil foi escolhido para a exploração desta cultura pela
necessidade do império Português de colonizar e explorar economicamente o território
brasileiro; existência, no Brasil, de solo e clima com características
desejáveis para a exploração da cultura; e porque, o açúcar era um produto
muito bem cotado no comércio Europeu e transformou-se no alicerce econômico da
colonização portuguesa no Brasil.
Assim como as demais culturas, a cana-de-açúcar é dependente de fatores bióticos e abióticos para
o seu pleno desenvolvimento. Entre os fatores bióticos, destaca-se a infestação
das lavouras por nematoides, que, dependendo do nível populacional reduzem a
produtividade e aumentam os custos de produção. As espécies de Pratylenchus zeae, Meloidogyne javanica e Meloidogyne
incognita são as que causam os maiores prejuízos na cultura da
cana-de-açúcar no Brasil. As perdas na
produção segundo Dinardo-Miranda (2010), são da ordem de 20% para M. javanica e de 30% para as espécies de
P. zeae, enquanto as perdas causadas
por M. incognita podem chegar a 40 a
50% da produtividade.
Controle dos nematoides na cultura da cana-de-açúcar
Uma das estratégias de controle é o uso de variedades resistentes, no entanto, não existe variedades
resistentes a todos os nematoides-chave da cultura (Pratylenchus zeae, Meloidogyne
javanica e Meloidogyne incógnita).
Prova disto, foi o trabalho realizado por Barbosa (2008) que constatou que a
variedade SP891115 é resistente à M. incógnita
e não á M. javanica. Atualmente o manejo de áreas infestadas, tem
se baseado no uso de nematicidas químicos. Um dos produtos utilizado e
registrado para uso comercial em cana-de-açúcar é o carbofuran (Furadan 50G ou
100G ou 350SC), aplicado no sulco de plantio, sobre os toletes, antes da
cobertura com solo. Em culturas já instaladas a aplicação pode ser realizada
nas soqueiras, ao lado da linha de plantio.
Para maiores informações:
BARBOSA, B. F. F. Estudo das
inter-relações patógeno-hospedeiro de Meloidogyne
incognita, M. javanica e Pratylenchus brachyurus em
cana-de-açúcar. 2008. 50 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia – Entomologia
Agrícola) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade
Estadual Paulista, Jaboticabal, 2008
DINARDO MIRANDA, L. L. Nematoides e
pragas de solo em cana-de-açúcar. In: Encarte Informações Agronômicas. Ribeirão
Preto, 2005. Disponível em:<www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/B1FA4483182088.
Acesso em 15/03/2013.
Figuras disponíveis em: www.fmcagricola.com.br e www.agrofit.com.br