quinta-feira, 25 de abril de 2013

NEMATOIDES EM CANA-DE-AÇÚCAR

A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil por Martim Afonso de Souza no ano de 1522, que trouxe as primeiras mudas provenientes da ilha da Madeira. Já com as primeiras culturas instaladas, no ano de 1533 instalou-se o primeiro engenho para a produção de açúcar, em São Vicente (ponto estratégico para exportação de açúcar para Europa). O Brasil foi escolhido para a exploração desta cultura pela necessidade do império Português de colonizar e explorar economicamente o território brasileiro; existência, no Brasil, de solo e clima com características desejáveis para a exploração da cultura; e porque, o açúcar era um produto muito bem cotado no comércio Europeu e transformou-se no alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil.

Assim como as demais culturas, a cana-de-açúcar é dependente de fatores bióticos e abióticos para o seu pleno desenvolvimento. Entre os fatores bióticos, destaca-se a infestação das lavouras por nematoides, que, dependendo do nível populacional reduzem a produtividade e aumentam os custos de produção. As espécies de Pratylenchus zeae, Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita são as que causam os maiores prejuízos na cultura da cana-de-açúcar no Brasil.  As perdas na produção segundo Dinardo-Miranda (2010), são da ordem de 20% para M. javanica e de 30% para as espécies de P. zeae, enquanto as perdas causadas por M. incognita podem chegar a 40 a 50% da produtividade.

Controle dos nematoides na cultura da cana-de-açúcar

Uma das estratégias de controle é o uso de variedades resistentes, no entanto, não existe variedades resistentes a todos os nematoides-chave da cultura (Pratylenchus zeae, Meloidogyne javanica e Meloidogyne incógnita). Prova disto, foi o trabalho realizado por Barbosa (2008) que constatou que a variedade SP891115 é resistente à M. incógnita e não á M. javanica.  Atualmente o manejo de áreas infestadas, tem se baseado no uso de nematicidas químicos. Um dos produtos utilizado e registrado para uso comercial em cana-de-açúcar é o carbofuran (Furadan 50G ou 100G ou 350SC), aplicado no sulco de plantio, sobre os toletes, antes da cobertura com solo. Em culturas já instaladas a aplicação pode ser realizada nas soqueiras, ao lado da linha de plantio.

Para maiores informações:
BARBOSA, B. F. F. Estudo das inter-relações patógeno-hospedeiro de Meloidogyne incognita, M. javanica e Pratylenchus brachyurus em cana-de-açúcar. 2008. 50 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia – Entomologia Agrícola) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2008
DINARDO MIRANDA, L. L. Nematoides e pragas de solo em cana-de-açúcar. In: Encarte Informações Agronômicas. Ribeirão Preto, 2005. Disponível em:<www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/B1FA4483182088. Acesso em 15/03/2013.
Figuras disponíveis em: www.fmcagricola.com.br e www.agrofit.com.br

terça-feira, 16 de abril de 2013

DANOS NA BATATA INGLESA



A batata inglesa, não é uma raiz tuberosa como muitos pensam, mas sim um caule subterrâneo especializado no armazenamento de nutrientes (substâncias amiláceas), ou também conhecido simplesmente como tubérculo. Raízes tuberosas, como por exemplo a cenoura e a mandioca, não apresentam gemas, são estruturas lisas, e não são utilizadas na propagação. A propagação das cenouras é realizada via sementes (sexuada), a da mandioca é realizada via assexuada, onde se utiliza o caule (maniva).  No caso da batata, assim como a mandioca, se utiliza o caule para a propagação. A diferença é que um caule é subterrâneo (batata) e outro é aéreo (mandioca).

Sendo o tubérculo a parte a ser comercializada pelos produtores, estes devem ser atrativos, sem sintomas de ataques de pragas e doenças. Os nematoides do gênero Meloidogyne causam galhas nas superfícies dos tubérculos, popularmente chamadas de “pipocas” depreciando-o. Dentre as espécies de Meloidogyne que atacam a cultura da batata, M. javanica é considerada a de maior importância, seguida de M. incognita, M. hapla e M. arenaria, no entanto, M. javanica é a espécie que tem causado os maiores danos à cultura.

Meloidogyne javanica completa o seu ciclo de vida em 40 dias com produção média de 600 ovos por fêmea. Considerando o ciclo da cultura de 90 a 120 dias este nematoide pode passar por 2 a 3 ciclos de vida fazendo com que a população, e os danos se multipliquem rapidamente. No Brasil, Pratylenchus brachyurus, P. coffeae e P. penetrans, também podem ocorre nas lavouras. Destas a predominância e de P. brachyurus.

As práticas de manejo são: rotação de cultura com plantas não hospedeiras, com a finalidade de reduzir ao nível populacional; uso de matéria orgânica para melhorar as propriedades físicas e químicas do solo, fazendo com que as plantas cresçam bem nutridas e mais tolerantes aos danos, alem de contribuir com o aumento populacional de fungos que podem ser inimigos naturais dos nematoides. Quanto a resistência genética, não há cultivares altamente resistentes a Meloidogyne ou Pratylenchus. O controle químico é recomendado e deve ser utilizado de forma integrada com outros métodos de controle. A melhor forma de manejar os nematoides e evitar sua entrada na lavoura, para isso o produtor dever usar batata semente certificada, de procedência idônea, usar água de irrigação de fonte conhecida e livre do patógeno, lavar os implementos agrícolas antes e após sua utilização para a retirada de torrões.

Material de referencia em:

http://www.nematoides.com.br

segunda-feira, 8 de abril de 2013

NEMATOIDES EM CENOURA


Os nematoides formadores de galhas como são conhecidos os Meloidogyne spp. são causadores de perdas significativas na produção comercial de cenouras. As galhas que se formam nas raízes são o resultado de alterações fisiológicas e morfológicas da infecção e inicio do processo alimentar do nematoide. Alem da redução na produtividade, a infecção com a conseguente formação das galhas, depreciam e afetam negativamente a aceitação comercial do produto no mercado.
Em cenouras, os sintomas característicos são a bifurcação, e formação de galhas em raízes laterais. Na parte aérea, as plantas severamente infectadas apresentam sintomas de deficiência nutricional e podem murchar nas horas mais quentes do dia, uma vez que as raízes com galhas apresentam limitada capacidade de absorção e transporte de água e nutrientes.
O uso de métodos culturais (ex. rotação de cultura com plantas não hospedeiras, uso de plantas antagonistas) no manejo dos nematóides pode reduzir os danos. Todavia, os nematóides de galhas possuem grande gama de hospedeiros o que dificulta a adoção deste método de controle e requer acompanhamento de um profissional Eng. Agrônomo que lhe orientará no planejamento das ações.
O controle químico, também, não dispensa a orientação de um profissional. Existem poucos nematicidas disponíveis no mercado. Na cultura da cenoura uma opção é o uso de nematicidas fumigantes aplicados no solo como tratamento em pré-plantio.

Para o controle biológico, os agentes mais utilizados são fungos (Arthrobotrys spp. e Monacrosporium spp. Pochonia chlamydosporia e Paecilomyces lilacinus) e bactérias Pasteuria penetrans e espécies de Bacillus.

Maiores informações podem ser obtidas com a leitura do artigo escrito por Mitkowski, N.A. and G.S. Abawi. 2003. Nematoide das galhas. (Portuguese translation by E.A, Lopes, R. Dallemole-Giaretta, and B.S.Vieira, 2011. The Plant Health Instructor. DOI:10.1094/PHI-I-2011-03-29-01 Revised 2011.